Outubro Rosa: Autocuidado para Mães Atípicas

O mês de outubro nos convida a refletir sobre a importância do cuidado com a saúde feminina, destacando a prevenção ao câncer de mama e a promoção do bem-estar integral.

Esse é um tema que ganha novas dimensões quando falamos mães de crianças neurodivergentes!

A mãe atípica enfrenta uma rotina cheia de desafios, onde o tempo para cuidar de si mesma parece (e muitas vezes é) inalcançável. Entre terapias, consultas e as necessidades especiais dos filhos, muitas mães sentem-se sobrecarregadas, sem espaço para o autocuidado, e, por vezes, sem uma rede de apoio efetiva. Isso pode gerar sentimentos de solidão e exaustão que dificilmente são compreendidos por quem está de fora.

A sensação de estar sozinha e o cansaço emocional faz parte da realidade!

Essa sensação de isolamento e cansaço emocional faz parte da vida dessas mães. E talvez aqui resida um ponto importante: saber que essa é uma realidade compartilhada pode ser o primeiro passo para acolher a si mesma e buscar trocar experiências que ajudem a sair do ciclo emocional que, por vezes, parece não ter fim.

Quando o autocuidado parece impossível

Para muitas mães, o autocuidado parece uma palavra distante, quase frustrante. Não é sobre se cobrar por não conseguir ter momentos para si, mas sim sobre entender que o autocuidado pode ser adaptado à sua realidade. Nem sempre será possível ter longas pausas, e tudo bem. Pequenos momentos, como respirar fundo, ler uma página de um livro ou tomar um banho sem pressa, já podem ser conquistas valiosas.

Não se trata de impor mais uma meta ou obrigação, mas sim de reconhecer que essas pequenas pausas têm valor. Cuidar de si, dentro do possível, é um ato de carinho, e não um gesto egoísta ou negligente em relação ao filho. Na verdade, ao cuidar da própria saúde e bem-estar, a mãe se fortalece para enfrentar os desafios diários com mais equilíbrio.

A dor da solidão e a importância de pedir ajuda

Sentir-se sozinha é doloroso. Mesmo cercadas de pessoas, o isolamento pode persistir, pois nem sempre a rede de apoio compreende ou está preparada para ajudar de forma eficaz. Pedir ajuda pode ser difícil, especialmente quando ninguém parece entender a profundidade das nossas lutas diárias.

Mas é essencial lembrar que buscar apoio não é sinal de fraqueza, mas de humanidade. Se for possível, contar com familiares, amigos ou até grupos de apoio onde mães com experiências semelhantes compartilhem suas histórias pode ser um alívio. Às vezes, encontrar alguém que ouça sem julgamento já faz uma diferença enorme.

Outubro Rosa: Um lembrete de cuidado para você

Neste outubro, ao falarmos sobre o cuidado com a saúde feminina, é importante lembrar que nós, mães atípicas, também precisamos desse cuidado. É fácil nos perdermos nas demandas da maternidade, especialmente quando cuidamos de uma criança neurodivergente. Mas nossa saúde física e emocional importa. O autocuidado pode não ser simples, mas é um ato de amor-próprio — e, sem dúvida, de amor aos nossos filhos. Precisamos estar bem por eles.

Autocuidado vai além de rotinas de beleza ou momentos de lazer. Trata-se de cuidar da saúde física, mental e emocional, buscando um equilíbrio entre o papel de mãe e nossas próprias necessidades. Manter consultas médicas regulares, se possível praticar atividades físicas — quem sabe uma caminhada ao ar livre enquanto o filho está em terapia? — e, às vezes, permitir-se falar de coisas que não envolvam filhos e terapias. É preciso nos lembrar de que também somos indivíduos além da maternidade.

Assim como o Outubro Rosa nos alerta sobre a importância dos exames preventivos e do cuidado com a saúde, ele também pode ser um momento para refletirmos sobre a necessidade de nos colocarmos em primeiro lugar de tempos em tempos. O autocuidado é um ato de amor próprio, e quando cuidamos de nós mesmas, ensinamos nossos filhos sobre o valor desse cuidado. É possível ser uma mãe dedicada sem abrir mão da própria saúde e bem-estar.

Cuidar de si não é fazer mais, é fazer o que é possível, com carinho. E, por mais solitária que essa jornada pareça, saiba: você não está sozinha.

Por Andreia Alves

Diretora Executiva

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