Por Andreia Alves – Diretora Executiva
A diferença entre ser celebrada um dia e ser vista todos os dias
No segundo domingo de maio, às homenagens se multiplicam: flores, cartões, vídeos emocionantes e mensagens de agradecimento. E é verdade — toda mãe merece ser celebrada. Mas para muitas mulheres, especialmente aquelas que são mães atípicas, o Dia das Mães traz sentimentos mistos.
Ser mãe atípica é viver o amor em sua forma mais profunda, mas também na sua forma mais exaustiva. É ser forte — muitas vezes porque não há escolha. É sorrir nas conquistas e chorar escondida nas noites mal dormidas, nos diagnósticos inesperados, nas terapias sem fim e nas respostas que demoram mais do que o coração gostaria.
É ver seu filho sendo olhado diferente — ou até mesmo ignorado. É participar de festas onde ele não é convidado a brincar, ou sequer é convidado. É enfrentar sistemas que não foram feitos para acolher a diferença.
É preciso explicar o tempo todo — ou se calar para evitar julgamentos.
O que significa ser mãe atípica?
A mãe atípica não é só mãe. Ela é terapeuta improvisada, mediadora de conflitos, defensora incansável, pesquisadora por necessidade. É aquela que aprende a ler sinais que ninguém mais vê, que se alegra com uma palavra, um olhar, um gesto. E que muitas vezes faz tudo isso sozinha — emocional, social e fisicamente.
Se tem algo que as mães atípicas ensinam ao mundo, é que o amor não se mede pelo caminho percorrido, mas pela forma como ele transborda, transcende e permanece!
No Instituto Paulinho Reis, entendemos essa jornada de perto e estamos dedicados a oferecer apoio integral para mães e famílias que vivem o desafio do autismo (TEA), TDAH, síndrome de Down e outras condições do neurodesenvolvimento.
Coragem diária e esperança persistente
Mães atípicas são feitas de coragem diária e de uma esperança que, mesmo cansada, não desiste. São elas que transformam dor em força, dúvidas em luta e medo em movimento. E mesmo quando parecem estar em silêncio, fazem um barulho imenso dentro de si — torcendo, cuidando e resistindo.
Que existam, sim, flores e homenagens, porque são formas carinhosas de reconhecimento, mas que possam ir além — com mais escuta sem julgamento, respeito por suas escolhas, seus limites e sua forma única de amar.
A maternidade atípica não precisa apenas de aplausos. Precisa de rede de apoio, afeto, reconhecimento e, acima de tudo, humanidade.
Romantizar a dor não ajuda!
Romantizar a dor não ajuda e não é verdadeiro. Mas se esforçar para dar o mínimo suporte, mesmo que seja apenas conversando com o filho, mesmo sem resposta, é um gesto imenso para uma mãe.
Neste Dia das Mães, queremos que cada mulher que se reconhece nesse texto se sinta honrada, acolhida e lembrada todos os dias. Se você é mãe de uma criança com TEA, síndrome de Down, TDAH ou outras condições, saiba que não está sozinha.
Para mais apoio e informações sobre o desenvolvimento infantil, intervenções terapêuticas e acolhimento familiar, visite nossa página de Acolhimento Familiar e conheça as diversas Terapias do Instituto Paulinho Reis.