Dia do Musicoterapeuta: Musicoterapia e TEA — impacto positivo na comunicação e expressão emocional

A música tem um poder transformador: desperta emoções, cria conexões e abre caminhos para a expressão. Para crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a musicoterapia é uma abordagem terapêutica que vai além do som — funciona como linguagem que estimula comunicação, interação social e expressão emocional, respeitando o tempo e a singularidade de cada criança.

No Instituto Paulinho Reis (IPR), as sessões são conduzidas de forma individualizada, com escuta ativa, sensibilidade clínica e objetivos claros. Nosso foco não é formar músicos, e sim promover saúde, desenvolvimento humano e inclusão por meio da experiência musical.

 

Musicoterapia e Musicalização: qual é a diferença?

  • Musicalização: tem como objetivo ensinar música (instrumentos, canto, teoria musical).

  • Musicoterapia: usa música e som como meio terapêutico, com metas como comunicação, autorregulação, expressão emocional e interação social.
    Em outras palavras: não formamos músicos; ampliamos possibilidades de desenvolvimento por meio de experiências musicais significativas.

Por que a musicoterapia é potente no TEA

A música oferece vias alternativas de expressão e comunicação. Em muitos casos, cantarolar, bater palmas no ritmo, tocar um instrumento ou reagir ao som já são formas de diálogo. Esse processo pode favorecer a comunicação funcional, apoiar processos de neuroplasticidade e abrir espaço para novas aprendizagens.

Benefícios esperados (variam conforme objetivos e perfil de cada criança):

  • Comunicação: ampliação de respostas sonoras e gestuais, turnos de “conversa musical”.

  • Interação social: jogos musicais em dupla/grupo, atenção compartilhada, olhar social.

  • Expressão emocional: acesso e organização de sentimentos (alegria, ansiedade, tristeza, encantamento).

  • Autorregulação: uso de ritmo, repetição e previsibilidade para organizar estados internos.

Observação: resultados são individualizados; a evolução depende de objetivos clínicos, frequência e engajamento familiar.

 

Sessões na prática: escuta ativa e tempo da criança

Antes da primeira nota, o silêncio já comunica. Na musicoterapia, a escuta ativa acolhe sinais sutis (respiração, olhar, postura, microgestos). A partir daí, o movimento musical surge de forma autêntica, conduzindo a sessão com base em preferências, repertórios e necessidades da criança.

Como organizamos:

  • Atendimento individual com metas claras e linguagem acessível;

  • Repertório significativo (músicas preferidas, improvisos, repetições);

  • Estrutura previsível (início/meio/fim) para dar segurança;

  • Registro clínico para acompanhar avanços e ajustar estratégias.

 

Expressão emocional: improviso, repetição e canções significativas

A dimensão emocional é central. Por meio de improvisações, repetições e da escolha de músicas que fazem sentido para a criança, criamos um ambiente seguro e acolhedor onde emoções podem emergir e ser organizadas. Quando a criança se percebe protagonista de sua própria música, aumenta a chance de que o que sente encontre um canal de expressão.

 

Comunicação que se fortalece pela música

A música pode funcionar como uma via anterior à fala ou paralela a ela. Ao cantarolar, sincronizar palmas, tocar e responder a padrões rítmicos, a criança amplia repertórios comunicativos e simbólicos. Esse diálogo musical tende a reforçar atenção conjunta e turnos de comunicação, fundamentais para a interação social.

 

Inclusão e protagonismo

A musicoterapia é um espaço de expressão verdadeira. Aqui, a criança lidera o processo e a equipe oferece mediação, suporte e significado. O objetivo é fortalecer a comunicação, ampliar repertório emocional e abrir caminhos para inclusão — na família, na escola e na comunidade.

 

Como começar no IPR

O primeiro passo é uma avaliação inicial para entender o perfil da criança, suas preferências musicais e as prioridades terapêuticas. A partir disso, definimos objetivos individualizados e o plano de sessões.

Quer conversar com nossa equipe de Musicoterapia? Agende um contato e conheça nossa estrutura.

 

Por Allan Pereira da Silva – Musicoterapeuta, Instituto Paulinho Reis.